"O dia estava triste. O sol não havia vindo energizar, tão pouco a chuva lavar. As nuvens, comprimidas no céu, não possuíam formas de bichos e nem se pareciam com grandes chumaços de algodão. Formavam, isso sim, uma massa compacta, branca e sufocante. O vento fraco que vinha do mar não tinha cheiro de mar. Não era quente e também não era frio. Inodoro e sem temperatura, só se fazia perceber porque balançava as folhas das árvores que, sob aquele céu, pareciam ter, ao invés do verde, uma melancólica coloração marrom.
Pensei em chorar, mas também as lágrimas não estavam gostando daquele dia. Tentei rir, mas não encontrei forças para isso. Entreguei-me aos pensamentos e alguém perguntou: alguém aí consegue parar de pensar? O meu não foi em forma de suspiro. O suspiro de quem sabe que pensa pensamentos tristes. Deixei-me, então, ficar triste. Até que o sol viesse energizar o corpo, a chuva lavar a alma ou o vento com cheiro de mar afastar a saudade de dias que não eram tristes."
Pensei em chorar, mas também as lágrimas não estavam gostando daquele dia. Tentei rir, mas não encontrei forças para isso. Entreguei-me aos pensamentos e alguém perguntou: alguém aí consegue parar de pensar? O meu não foi em forma de suspiro. O suspiro de quem sabe que pensa pensamentos tristes. Deixei-me, então, ficar triste. Até que o sol viesse energizar o corpo, a chuva lavar a alma ou o vento com cheiro de mar afastar a saudade de dias que não eram tristes."
Ponto e Vírgula