Eu tentei te amar em gestos e olhares para fazer você ficar. Tentei usar palavras, mas elas não foram o bastante. Eu nunca fui o bastante, não é? Então procurei alguma letra, alguma música, para conseguir te amar de um jeito mais fácil. Mas nunca houve jeito fácil entre a gente. Nunca houve maneiras. Não foi culpa sua, culpa minha, culpa nossa. Mas ainda assim eu me culpo. Eu tentei te amar do meu jeito. Mas você nunca compreendeu que meu jeito torto era o melhor que eu poderia te oferecer. Aí eu tentei do seu jeito, mas também não funcionou. Eu tentei bater na sua alma e dizer tudo isso que sinto, arrancar do meu peito e entregar-me em suas mãos. Mas esse meu amor era tão grande, tão doente, que não coube em minhas palavras, em meu vocabulário pobre e, muito menos, em mim.
Eu tentei tanto que me perdi de mim mesmo tentando achar um jeito de te amar. Acabei, nessa busca, tentando perder você.. Me perdendo.. Talvez não houvessem jeitos, só amor. Amor tinha, e tinha muito, tinha no olhar, nas carícias, nos carinhos e na pele. Tinha na música que cantava em seu ouvido e que você nunca ouviu. E nos pedidos que fazia rezando de olhos fechados e implorando que tivéssemos apenas mais uma chance. Tinha amor nos silêncios, nas brigas, nas idas e nas vindas. Tinha amor nos meus braços, possessivos, na sua cintura. E ainda há amor enquanto vou para outra tentativa frustrada de te ver feliz ao meu lado e só. Tinha amor demais e a gente sempre soube disso.
E por isso eu tentei te amar como se não houvesse amanhã. Porque, para nós, na verdade, nunca houve..