sábado, 8 de maio de 2010

Não Atire a Primeira Pedra

Quando tudo parecer caminhar errado, 
seja você a tentar o primeiro passo certo;
Se tudo parecer escuro, se nada puder ser visto, 
acenda você a primeira luz,
traga para a treva uma pequena lâmpada;
 
Quando todos estiverem chorando,  tente você o primeiro sorriso;
talvez não na forma de lábios sorridentes, mas na de um coração que
compreenda, de braços que confortem;
Se a vida inteira for um imenso não, 

não pare você na busca do primeiro sim, 
ao qual tudo de positivo deverá seguir-se;

Quando ninguém souber coisa alguma, 
e você  souber um pouquinho,
seja o primeiro a ensinar,  começando por aprender você mesmo
a corrigie-se;
 
Quando alguém estiver angustiado à procura, 
consulte  bem o que se passa,
talvez seja em busca de você mesmo que este seu irmão esteja;

Quando a terra estiver seca,  que sua mão seja a primeira a regá-la;
quando a flor se sufocar na urze e no espinho,
que sua mão seja  a primeira a separar o joio, a arrancar a praga,
a afagar a pétala, a acariciar a flor;
Se a porta estiver fechada, que de você venha a primeira chave;
Se o vento sopra frio, que o calor de sua lareira seja a  primeira proteção
e primeiro abrigo.
Se o pão for apenas massa e  não estiver cozido,
seja você o primeiro forno para transformá-lo em alimento.
Não atire a primeira pedra em quem erra.
De acusadores o mundo está cheio; 
nem, por outro lado, aplauda o erro;
Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu; 
sua atenção primeiro para  aquele que foi esquecido;
 Seja você o primeiro para aquele que não tem ninguém;
Quando tudo for espinho, atire a primeira flor;
seja o primeiro a mostrar que há  caminho de volta,
 compreendendo que o perdão regenera,
que a  compreensão edifica,  que o auxílio possibilita,
 que o entendimento reconstrói.
 Atire você, quando tudo for pedra,
a primeira e decisiva flor.